segunda-feira, 4 de maio de 2009

Lenda do Boto


O Boto é conhecido como o conquistador da Amazônia. Existem varias histórias contando as proesas do sedutor caboclo, que nas noites de festa, se transforma em moço bonito para "endoidar" de amor as mulheres do interior.
Geralmente o Boto se apresenta vestido de branco, com um chapéu na cabeça para esconder o orifício no topo da cabeça, diz que por onde ele respira.
Depois de conquistar e seduzir a moça escolhida, o ele deixa de ser homem e volta a sua forma original.
A fama de conquistador trouxe alguns problemas para o boto. Seus órgãos sexuais e seus olhos são muito valorizados como amuletos na arte do amor. Acredita-se que quem olhar para algém que estiver de posse do olho do Boto ou de seu sexo ficará perdidamente apaixonado, sendo muito dificíl desfazer o encanto.
Deixo abaixo, o poema de Antônio Tavernard, poeta amazônico do início do século XX, musicalizado pelo maestro Waldemar Henrique, grande nome da cultura paraense.
"Tajapanema chorou no terreiro
Tajapanema chorou no terreiro
E a virgem morena fugiu no costeiro.
Foi boto, sinhô,
Foi boto, sinhá,
Que veiu tentá
E a moça levou
No tar dançará
Aquele doutô
Foi boto, sinhá
Foi boto, sinhô,
Tajapanema se pôs a chorar
Tajapanema se pôs a chorar
Quem tem filha moça é bom vigiar.
O boto não dorme
No fundo do rio;
Seu dom é enorme.
Quem quer que o viu
Que diga, que informe
Si lhe resistiu,
O boto não dorme
No fundo do rio".



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